quarta-feira, outubro 27, 2004

Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha da vida,
sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério.

A quatro mãos escrevemos o roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.

Este lindo poema é da Lya Luft. Não me lembro o nome, mas o tenho guardado há alguns anos e acho uma bela maneira de dizer como sou. Sim, porque os poetas têm o dom de dizer aquilo que queremos da forma mais linda e com as palavras que não sabemos usar. Palavras certas, nos lugares corretos.

E um dia eu sonhei em ser poeta...

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