quinta-feira, junho 26, 2014

Oi, mãe!
Ontem foi a primeira vez que tentei receber uma mensagem sua. Claro que é meio frustrante não ter chegando nenhuma cartinha, apesar de eu ter sentido vários arrepios pelo corpo quando aqueles médiuns queridos faziam seu trabalho.
Sei que posso não estar preparada ainda para que você possa vir até mim, mas juro que estou tentando. Gostaria de começar a sonhar contigo, pelo menos. Não os sonhos confusos que tenho com você doente ou antes de adoecer. Mas com você agora, como a Tainan viu.
Eu não tenho o privilégio da vidência. Você sabe disto. E sabe também que morro de medo de ver espíritos. Coisas de uma mulher que ainda é uma menina no espiritismo. Mas nos sonhos tudo pode acontecer, não é mesmo?
Hoje foi bem difícil tirar mais coisas suas do armário. São 3 anos tirando a conta gotas... E ainda dói tanto. Sei que nunca vou esquecê-la, mas tenho uma sensação tão estranha quando tiro algo que você usava ou gostava. Parece um pedaço de você indo embora. Mesmo sabendo que você vive de outra maneira agora, não mais nas roupas, sapatos e objetos. Aliás, nunca viveu, eles só se parecem com você, porque você os escolheu.
Prometo me preparar melhor para da próxima vez, quem sabe, eu possa ter notícias suas. Ouvir as cartas que as outras pessoas recebem também foi importante. Ver outras pessoas chorando ou sorrindo...
Saudades, mãe!